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Planos de câmera no audiovisual e no cinema


O Sacrifício do Cervo Sagrado (2017)

Quando fazemos a escolha de um enquadramento no audiovisual, o plano - assim como o ângulo e o movimento da câmera - faz parte da estrutura determinada pela direção de fotografia. Seja no cinema, em produção de videoclipes, em publicidade ou em projetos comerciais, a escolha do plano deve considerar a emoção e a mensagem que uma cena deseja despertar.


O plano é um trecho do filme que é gravado sem interrupção da câmera, ou seja, escolhemos um quadro e filmamos até que haja um corte. A união de vários planos é o que compõe a cena e eles podem ser caracterizados devido a distância da câmera do objeto em questão.


Antes de decidir esses elementos é necessário ter muito claro qual é seu objetivo com a cena, e com o plano. Depois disso você desenvolve esses elementos para que eles reforcem e potencializem seu objetivo. Saber as diferenças entre essas construções visuais é muito importante se você é um diretor, diretor de fotografia ou até mesmo se é um videomaker solo.


Os planos


Os planos são divididos em três grandes categorias: os abertos, os médios e os fechados. E dentro dessas categorias nós temos uma variedade de planos e cada um desses planos passa uma emoção e uma mensagem específica, além de ter também uma função narrativa.


Planos abertos


Os planos abertos são ótimos auxiliares para estabelecer o local, ou seja, em que mundo a personagem está habitando. São ferramentas que ajudam a criar o contexto da história, sendo muito comumente utilizados no início dos filmes.


Eles são caracterizados pela câmera distante do objeto ou personagem representado, assim ele ocupa uma pequena parte do cenário. O ambiente, nesse caso, se torna mais importante que a personagem.


Dentre os planos abertos, temos as seguintes subdivisões:


Paisagem na qual há árvores e montanhas nevadas e é possível avistar um carro na estrada indo em direção o horizonte.
O Iluminado (1980)
  • Grande plano geral (GPG): Passa ao espectador a referência geográfica e ressalta a dimensão do que está sendo retratado. É muito usado também como transição entre cenas.


Homem sentado em um aeroporto com um pelúcia de coruja no colo. Não há ninguém sentado perto dele, mesmo havendo poucas pessoas no ambiente.
Encontros e Desencontros (2003)
  • Plano Geral (PG): Também passa a referência geográfica, mas já permite identificar pessoas e detalhes maiores. Ele ajuda a estabelecer onde cada personagem está em relação ao outro, por exemplo.



Planos médios


Aqui entramos em planos que são relativos ao corpo humano. Assim, eles permitem que o espectador se ligue mais diretamente à emoção e sensação do personagem, pois é possível ver o rosto e suas ações em mais detalhes.


Nesse caso, a distância do plano em que a câmera capta o personagem é igual à distância do personagem para o espectador. Assim, o valor do ambiente em detrimento da personagem passa a diminuir na medida que avançamos nos planos, mas ainda é fácil localizá-lo no espaço.


Dentre os planos médios, temos as seguintes subdivisões:


Três cowboys de chapéu estão caminhando em um deserto.
Era uma Vez no Oeste (1968)
  • Plano americano ou cowboy: Do joelho até a cabeça. Uma dica legal é evitar cortar no meio das juntas porque dá uma sensação estranha para quem está assistindo.


Um homem sentado em uma sala segurando um quadro com sua foto e uma legenda ilegível. No fundo há um quadro com muitos papéis fixados à ele.
Desculpe te Incomodar (2018)
  • Plano médio: Da cintura até a cabeça. Muito usado em entrevistas, o foco principal passa a ser o personagem, sem perder o contexto do ambiente, conseguimos ver melhor seus olhos. É muito similar a distância que nós normalmente interagimos com as pessoas.


Homem está olhando em direção à câmera com um cigarro na boca e trajando chapéu, óculos escuros e uma roupa elegante. Está à noite e é possível ver a fumaça do charuto.
Django Livre (2012)
  • 2T ou meio primeiro plano: Do tórax até a cabeça. Entramos em uma relação muito mais próxima. Começamos a perder o contexto do ambiente e o foco se torna o personagem, muito usado em cenas de diálogo.


Planos fechados


Já os planos fechados são os que passamos a focar em elementos específicos, seja do corpo humano ou de objetos, uma vez que são bem mais próximos do que é mostrado. Aqui elevamos à máxima potência a captação de detalhes e, ao contrário dos planos abertos, nos passamos a dar maior valor à personagem e menor ao ambiente.


O rosto da personagem é visto de perto, maquiado como um palhaço e forçando os lábios com os dedos indicadores para sorrir enquanto seus olhos estão cheios d'água.
Coringa (2019)
  • Close: Um plano que vai do queixo até a testa. Maior sentimento e conexão com o personagem. O rosto preenche toda a tela. Muito usado para gerar empatia com o personagem.


Um anel ocupa quase toda a imagem e reflete algumas personagens sentadas na sala.
O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (2001)
  • Detalhe: Pode ser relativo ao corpo humano como uma boca ou olho, ou a um objeto, para reforçar uma ideia, isolar o elemento, ou garantir que o espectador está prestando atenção no que está sendo mostrado.


Existem outros planos, mas esses são os mais comuns e que mais vão te ajudar a compor sua linguagem visual. Para resumir, deixamos esse infográfico bem didático para você entender e comparar cada um dos planos existentes!



 

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