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Found footage de terror: tudo o que você precisa saber

Que o cinema divide os filmes em gênero você provavelmente já sabe, mas sabia que esses gêneros também são divididos em subcategorias? Os filmes de terror são um execelente exemplo disso, sendo dividido em splatter, body horror, sobrenatural, trash, terror cósmico e por aí vai. O found footage é um deles e se você não sabe o que é, neste post te contamos um pouco da origem do subgênero, o que é e quais filmes conhecidos se enquadram nele. Vem com a gente!


Três homens em uma selva, um deles segurando uma câmera de vídeo antiga. Eles parecem chocados com o que vêem.
Holocausto Canibal (1980)

O que é o found footage?


Em tradução literal, found footage signigica “filmagem encontrada”, e essa tradução consegue explicar muito bem o que esse estilo apresenta: cenas que simulam partes de uma filmagem que foi feita por uma ou mais personagens do filme. Assim, essas sequências de imagem são, geralmente, filmadas pelos próprios atores ou simulam uma ação mais naturalista da câmera, mesmo sendo filmada por um profissional.

Rodrigo Carreiro, autor do livro O found footage de horror, descreve o estilo como


produções de curta, média e longa-metragem que combinam forma documental (total ou parcialmente composta por filmagens com aparência e sonoridade acidentais, domésticas ou improvisadas de eventos extraordinários, só que feitas por personagens da ficção) e conteúdo ficcional. Em outras palavras, os found footage de horror são filmes organizados a partir de falsos registros caseiros de natureza violenta e/ou sobrenatural.

O autor também enfatiza que as características de imperfeição formal e ilusão de documento histórico são cruciais na categorização dos found footages.


De onde surgiu?


Acredita-se que essa categoria fílmica teve origem em 1980, com o filme italiano Holocausto canibal, de Ruggero Deodato, no qual quatro documentaristas buscam filmar indígenas e nunca mais retorna, assim Harold Monroe (Robert Kerman) viaja em busca de encontrá-los e recupera as latas de filme perdidas, que recontam o que aconteceu com os cineastas desaparecidos.

A ideia veio da literatura, mais especificamente dos romances epistolares, que são obras nas quais o enredo se baseia fortemente em registros, como cartas, fornecidos pelas personagens.

Mesmo Holocausto canibal sendo considerado como o primeiro found footage, o mais conhecido com certeza é A Bruxa de Blair, que popularizou o estilo.


Os found-footages conhecidos


A Bruxa de Blair (1999)

Eduardo Sánchez e Daniel Myrick

Imagem escura onde é possível ver um rosto iluminado, enquadrado do nariz até a cabeça. É uma mulher de olhos verde-claros e esxpressão assustada.

Provavelmente o found footage mais conhecido, A Bruxa de Blair retrata o desaparecimento de três estudantes de cinema em Maryland ao documentarem sobre a lenda da bruxa de Blair.

Foi um marco inovador de linguagem audiovisual e é considerado o filme que marca a mudança da era cinematográfica clássica para a moderna, firmando diferentes tendências estéticas, como a câmera que treme e simboliza a urgência sentida pela personagem.


Atividade paranormal (2007)

Oren Peli

Imagem de uma câmera de segurança vê um casal sentado na cama. A mulher aponta assustada para uma sombra na porta. A imagem é em tons de azul e com uma testura de linhas horizontais contendo o escrito "3:08:26 AM" na parte inferior direita da imagem.

Essa série de filmes ficou muito conhecida pelas cenas de câmeras de segurança. O primeiro filme conta a história de Katie (Katie Featherston), que escuta e sente coisas estranhas desde criança morando em sua casa e, já adulta, decide usar uma câmera para gravar tudo o que acontece.

Diferente dos outros found footages que são filmados por alguma das personagens, em Atividade Paranormal não há ninguém operando a câmera. Assim, a linguagem passa a ser marcada pela estética da gravação, mais do que pelo movimento de câmera ou outras características do estilo.


[REC] (2008)

Paco Plaza e Jaume Balagueró

Uma imagem escura enquadra a parte superior de uma mulher que está vestindo uma camiseta branca ensopada de suor e com manchas de sangue. A mulher está toda suada e parece chorar enquanto encara a câmera que a fotografa.

Uma equipe jornalística fica presa em um prédio antigo ao acompanhar o corpo de bombeiros em uma ação noturna e coisas estranhas passam a ocorrer. A história é toda filmada pelo operador de câmera da equipe, o que demonstra uma das principais características do found footage: é necessário que haja alguém guiando os acontecimentos por detrás da câmera.

Essa característica permite que seja transmitido mais sentimento a partir da movimentação e também do trabalho de som do filme.


Amizade desfeita (2014)

Levan Gabriadze

A tela de um computador mostra uma chamada de vídeo com 4 participantes, sendo 2 deles ampliados e 2 menores. A imagem ampliada da esquerda é uma jovem morena chorando enquanto encara a tela. A da esquerda mostra uma jovem loira aparentemente gritando - a imagem se encontra pixelizada.

Um ano depois do suicídio de Laura Barns (Heather Sossaman), um grupo de amigos da escola percebe uma figura anônima em sua video conferência. Essa figura logo se revela como a menina que faleceu e volta para descobrir quem postou o vídeo que a levou a morte, ameaçando o grupo.

Esse é um filme que marca a estética chamada de webcam footage, webcam found footage ou computer screen, um found footage que é caracterizado por se passar dentro da tela dos computadores. Além da estética criar um aproximação com o espectador através da atividade rotineira que é a vida online, o filme é todo narrado da visão de um dos membros do chat, o que intriga e abraça ainda mais que está assitindo.



 

Capa do livro O found footage de horror, escrito por Rodrigo Carrero. Há uma imagem em tritone vermelho e preto e branco de um homem gritando com as mãos na cabeça.

Dica de leitura


Como citamos nesse texto, Rodrigo Carreiro escreveu O found footage de horror, livro que super recomendamos para quem tem interesse em estudar mais sobre o terror e também sobre esse subgênero. O livro é resultado do projeto de pós-graduação desenvolvido na faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco, entre 2011 e 2021.



 

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